
Lucas Galiza
Jornada Internacional de Políticas Públicas (JOINPP)
A Jornada Internacional de Políticas Públicas (JOINPP) tem o propósito estratégico de estimular a produção de conhecimento, a formação de recursos humanos e favorecer a troca de experiências entre instituições e pesquisadores, em âmbito nacional e internacional.
Em 2015 realizar-se-á a VII JOINPP, cujo tema é “PARA ALÉM DA CRISE GLOBAL: experiências e antecipações concretas”. Tema que conduz a pensar e agir Para além da grande crise atual, como tarefa herdada do socialismo científico, erige-se a possibilidade de retomada de utopias concretas, relativas aos sonhos acordados e tentativas emancipatórias dos proletários.
A grande crise global atinge as economias capitalistas, tanto no centro sob a primazia do capital-propriedade e a desvalorização do capital ativo, quanto na periferia reprimarizada, em que se desenvolve a vulnerabilidade externa e a desindustrialização.
No campo político a crise atual do capital afeta profundamente a democracia burguesa. Enquanto o capital adota a via do autoritarismo, das guerras e da criminalização dos movimentos sociais para submeter à classe trabalhadora às alternativas de saída da crise, as diversas manifestações populares que surgiram em todo o mundo expuseram os limites e as contradições da democracia burguesa e denunciaram as políticas neoliberais em que direitos sociais e políticos, duramente conquistados pelo movimento dos trabalhadores, encontram-se ameaçados por uma concepção conservadora da política, visão elitista e excludente da democracia.
Em favor da superação da opressão do homem pelo homem, urge um posicionamento não conformista à reificação capitalista, cuja ideologia é marcada tanto pelo positivismo conservador, quanto pelo evolucionismo socialista vulgar, sobretudo diante das barbáries, das guerras civis e mundiais decorrentes das experiências sociais de resolução burocrática das grandes crises do capitalismo na longa duração histórica (através do fascismo, da socialdemocracia e do socialismo real).
Na busca de uma solução nos marcos do capitalismo, a ideologia dominante assume a tarefa herdada do socialismo vulgar de justificar a repetição do pacto histórico classista que viabilize e torne aceitável a socialização do capitalismo liberal, tido como o melhor dos mundos possíveis, desde que o pêndulo da história tome distância relativa da primazia do mercado livre e eterno.
As discussões e propostas dominantes de superação da crise global isolam-se no quadro de uma grande transformação própria à totalidade capitalista naturalizada, perpetuamente produtiva e reprodutiva de seres sociais em si, submetidos à racionalidade burguesa tida por incontornável, sem qualquer determinação antissistêmica.
Nesse contexto, cabe ao pensamento social crítico, engajado no movimento concreto de superação do estado de coisas presente, assumir a tarefa de atualizar princípios da práxis, da objetividade e da subjetividade, etc., na situação concreta do capitalismo tardio, no quadro neoliberal e global.
A superação antissistêmica da grande crise global envolve o ser social para si, na sua subjetividade emancipatória, referenciada historicamente tanto em experiências pretéritas ou atuais, quanto em antecipações concretas.
A superação do capitalismo tardio na sua fase neoliberal e global implica uma grande transformação social e histórica, colocando num mesmo processo tanto o modo de produção, quanto a superestrutura capitalista, ambos os momentos se determinando dialeticamente.
A figura histórica do sujeito revolucionário, na sua luta pela superação da opressão do homem pelo homem, implica o ser social tanto na sua atividade econômica, quanto na sua ação social, política e ideológica.
Para mais informações: http://www.joinpp.ufma.br/
Fonte: Joinpp